terça-feira, maio 03, 2005

Menina

Ontem vi a infantilidade dela. É tão pequena, tão menina, mas ao mesmo tempo vejo que já lhe mostraste tanto. Aposto que não a ves como eu vejo. Pelo menos não a vias assim. Agora já não sei qual a tua opinião, embora as vezes, com esse teu jeito aberto, feliz e sincero, vás deixando escapar, entre frases soltas, sentimentos antigos. Ontem fiquei a pensar nela. Deve ser bonita. Deve ter personalidade. Mas mesmo assim, não deixo de a ver como uma criança. Aposto que faz birras por coisas desnecessarias e pequenas, aposto que quando não dizes o que ela quer, apesar da forma arrebatadora como falas, vai amuada encostar-se a um canto qualquer. Aposto que deve sorrir muito e deve ter um olhar cheio de brilho. Aposto que te derretias quando ela telefonava ou quando te acordava daquele jeito tão seu. Aposto que ela é irrequieta e cheia de vida e aposto que agora, apesar de tudo, sente a tua falta. O espaço que ocupavas está vazio mas não foi por querer. Aconteceu... Aposto que, mesmo assim, o tentou preencher, e ainda tenta, mas até hoje sem sucesso. Continua vazio... Aposto que ao fim de semana se obriga a alterar a rotina que era vossa. Já não espera por ti. Agora aposto que convida uma amiga mais intima para um café.
Quanto a ti... Tenho a certeza que ainda pensas nela. Sei-o pelo forma como, ao tentares disfarça-lo, o acentuas ainda mais. Tenho a certeza que no meio do teu dia a dia cheio de vida e recheado de histórias, escondes uma nostalgia noturna. Uma nostalgia, que antes de adormeceres, te leva para longe, para um fim de semana antigo, onde ela, com o sorriso nos labios e o brilho nos olhos te espera ansiosa por dizer " Já tinha saudades tuas...".

Amélia

1 Comments:

At 2:58 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Tivesse eu não medo de escrever... Porque tudo o que eu diga pareceria patético, mediano ao lado do tudo que escreves. Porque tudo o que eu diga verdade, mentira ou os dois, tu nao queres que eu diga, tu nao queres que eu escreva, eu nao quero escrever. E no entanto escrevo e no entanto tu queres que eu escreva. Porque nós nao falamos há tanto tempo.

Porque a primeira vez que vim aqui fiquei... A primeira vez que vim aqui li o intimidades. Queria ler sobre mim, queria saber as tuas intimidades, porque tu quiseste partilhar as tuas intimidades comigo. Foi esse que eu li e não li mais porque não consegui. Porque a pessoa que eu sempre soube que havia aí, que eu, não esquecido, tinha desistido de tentar procurar, apareceu finalmente nua, desmascarada e com tanta força que eu nao conseguia sequer compreender ou raciocinar.

Li só esse e talvez mais outro impessoal. Modestamente aceitei que nao era sobre mim, que eu nao era o tema de tanto e aceso debate entre tantas pessoas que eu desconhecia, que debatiam sobre outras pessoas e outras situações familiarmente estranhas.

Depois hoje vi-te. Falámos casualmente, a tua maneira de estar habitual parecia estranhamente calma e à vontade. Agora recebi uma mensagem. Não vou mentir e dizer que me caiu tudo em cima. Imaginava, já o tinha aceite e não me faz afastar nem um pouco de ti, e queria responder mas nao podia e queria te poder dizer alguma coisa sem que fosse eua dize lo, transformar me, como fazes aqui na 3º ou na 4º ou na 5º pessoa, só para que o que quer que eu dissesse nao fosse eu a dizê-lo.

Desejei o seco boa noite e fui jogar um jogo, mas nao conseguia jogar.
Algo ca dentro que eu queria acatar normalmente, nao me deixava passar a imagem de ignorar alguem. Lembrei me do blog pareceu me bem... Podia divagar a vontade o tempo que quisesse, apagar escrever, ler reler... Decidi perder tempo a ler tudo, e quando mais lia, mas depressa tinha de os ler todos porque depressa de mais o simples diario da amelia adquiria toda uma nova face de conteudo... Já nao eram so frases bonitas sobre os acontecimentos dos dia em que estavas bem disposta e do dia em que estavas mal disposta e do dia em que estavas sozinha. Eram mensagens, era o teu ponto de vista.
Quis acender um cigarro, mas nao tinha isqueiro. O tó tinha me partido o verde. Pensei na altura se isso podia, por algum alinhamento dos astros significar alguma coisa, depois de o ter guardado durante mto tempo na gaveta por saber o que ele carregava. Podia to ter dito na altura, mas... Já nao falavamos ha tanto tempo.

tinhas me dito que querias falar a serio comigo, e pareceu que passei dois dias a evitar-te, penso agora se involuntariamente nao foi mesmo isso que fiz. Nunca tive medo de falar de nada com ninguem e no entanto tive algum medo que ignorei porque sabia que nao ia saber responder ao que quer que me perguntasses, nem ser coerente no que quer que dissesse.

Não vou dizer nada a acerca do vazio que existe dentro de ti. Não te vou dizer que vamos ser amigos, porque está mais que provado que eu nao consigo dedicar parte do meu tempo a ninguem, por ser uma pessoa egoista e fria. Nao te prometo nada disto porque estou farto de pedir desculpas as pessoas que gostam de mim, às pessoas de quem eu gosto por causa da minha maneira de ser e da minha maneira de estar. O que eu te digo é que os momentos em que esteja contigo onde quer que seja sao para ti, porque eu sei que sou bom a fazer isso. Porque eu sei que tenho prazer em fazê-lo, porque hoje o fiz com muita gente e soube bem...
Talvez dos pequenos momentos que partilhemos consigamos aos poucos voltar ao bar do costume, trocar duras calcadelas um com o outro, e quem sabe a amizade que nos temos mas nao conseguimos entregar um ao outro.

Tudo isto que eu aqui escrevi, não tem nenhuma mensagem... Digo te encarecidamente para nao leres 2 vezes, para nao pensares muito, para nao tirares conclusoes. O unico propósito disto é saberes que eu nao te ignoro, que tu não és um nada para mim, saberes que eu escuto quando falas, pensamentos à sorte que eu tenho sobre ti mas que simplesmente nao consigo dizer ou nao posso dizer ou nao quero dizer.

Desculpa estragar te o blog com prosia ortográfica e semanticamente errada. Um beijo. Escreve muito, porque tu dominas, escreve um livro e chama lhe coisa e ganha mto dinheiro e compra uma fabrica de bolos de arroz com uma salinha vazia com tecto de vidro para pensares no proximo livro enquanto comes bolos de arroz light :P

Até amanha*

 

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