domingo, abril 17, 2005

Para ti? Nada

O pensamento não pára
A memória nunca se enche.
Um furacão cresce, lá longe,
Desamparado...
Sem chão...
Cresce sozinho, cresce em vão.
Para ninguém.
As velas vão esperando por um sopro só
e nelas vive o desejo dos milénios
(agora cobertos de pó)
que, lentamente, formam a miragem da minha esperança.
O meu coração ama de forma errada, sem rumo,
mas agarrado com toda a sua força
a uma saudade condensada
que, sem mágoa, vou pintando na minha aguarela em tons de azul.
Enquanto o faço, vou pensando...
Quantas vezes a vontade fez de mim escrava
E me atirou para o chão onde me tornei larva,
em luta pela vida.
Quantas vezes me deixei seduzir por ouros e diamantes
E quantas outras vezes me arrependi
E de olhos lacrimejantes, implorei para voltar atrás.
Perdi-me numa rua qualquer
Onde me tornei mulher mas também pedinte faminta e sem lar
Perdi os sonhos de menina
Desapareceram, mas deram lugar
à vontade
quase necessidade, de estar
Simplesmente, aqui .

Sabes de que é feita a vida?
De nadas inconstantes.

Amélia