terça-feira, maio 10, 2005

Histórias Casuais II

Embora soubesse que não ias estar à minha espera, tentei sempre captar a minha ilusão mais intima, para que nunca parasse de cá vir. Corri meio mundo embebido na hipotese de te rever, mas nunca soube quem eras ao certo. Nunca quis saber. Nem nunca vou querer saber. Vejo-te desfocada a minha frente e corro na tua direcçao porque te vejo desfocada. Corro porque não te conheço. Impulsionas a adrenalina no meu sangue atraves do teu olhar. O teu porte merece a minha atenção. Merece que te escreva, merece que te sinta e que te respire a cada passo.

***

Hoje cheguei a ti. Como um Rei corri até ao infinito onde cortei a meta. Fiquei cansado ao ponto de me faltar o ar, mas quando te olho agora do trono, que é meu por direito, e te vejo ao longe a olhar para mim também, fico feliz. Cheguei onde queria. Estou maior por isso. Sem saber, um sorriso vai aparecendo ao longo da minha cara. Inconsciente sorriso. Começaste a caminhar em minha direcçao. Agora sim, é a tua vez de vir até mim. Aproximas-te. Começo a deixar de te ver desfocada à medida que vens andando. Cada vez mais perto. A teu pedido, ajudam-te a subir para o meu trono, onde me será dada a recompensa pela corrida. Sobes. Eu deixo que tu subas. Chegas bem junto a mim e finalmente vejo-te por completo, sem distorções. Afinal...és feia. Esse teu hipnotizar deixa-me indisponsto. Cheiras mal. Não suporto estar ao pé de ti. Não te suporto de todo...Detesto-te. Como nos velhos tempos, impulsionas a adrenalina no meu sangue, mas agora somente porque me metes nojo. Salto de cima do meu trono (já não me serve) e reinicio a minha corrida...no sentido oposto a ti.

Amélia

1 Comments:

At 2:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não estou habituado a isto. Escrevo a minha história, nuca a leio. Ouço-a por vezes entre acordes familiares, mas nunca a leio. Não sei o que dizer da minha propria história, porque ela nem sequer é minha é tua e estranho-o. Aprendi a nada estranhar em ti, mas é estranho à mesma.

 

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